Pinguim encontrado próximo a praia Brava
(Foto: Ana Julia Soares)
O pingüim é uma ave marinha típica do pólo sul, principalmente da região da Antártida, porém é também encontrado em diversos outros lugares. Apesar de serem aves, os pingüins não possuem a capacidade de voar, mas são ótimos nadadores, podendo alcançar uma velocidade de até 40 Km por hora, sendo suas asas utilizadas como nadadeiras, remando como se “voassem” dentro da água.Eles obtém do mar, seu alimento (peixes de pequeno porte e alguns crustáceos). São monogâmicos, ou seja, formam um casal para a vida toda e ambos ajudam na incubação dos ovos, revezando os cuidados, enquanto um deles vai ao mar para se alimentar.
Atualmente existem cerca 17 espécies de pingüins, todos com alguma similaridade, seja pela estrutura ou coloração. Devido a certas adaptações morfológicas especiais, os pingüins enxergam muito bem dentro da água, já fora dela, sua visão fica um pouco reduzida. A distribuição de cada espécie é determinada pela temperatura da água e ao contrário do que muitas pessoas pensam, eles não vivem somente em locais gelados, mas também em regiões em que a temperatura da água pode chegar a 28ºC.
Em determinada época do ano recebemos na costa sul e às vezes Sudeste do Brasil, alguns exemplares de pingüins vindos da Patagônia, são os Pingüins de Magalhães. Normalmente são aves jovens que se perdem do bando, trazidas pelas correntes frias e chegam aqui muito debilitados. Eles são indicadores de poluição das águas, pois são extremamente sensíveis a qualquer tipo de poluente. Um dos mais graves problemas relacionados a eles são os derramamentos de óleo no mar, pois com isso a plumagem perde o efeito de proteger o corpo contra o frio, além de se intoxicarem ao ingerir o óleo, na tentativa de fazer a limpeza das penas utilizando o bico.
Nos últimos meses, principalmente nas cidades Arraial do Cabo, Cabo Frio e Armação dos Búzios, mais pingüins (do que o já habitual número encontrado nessa época do ano), são encontrados nas praias; alguns já mortos outros feridos, cansados e alguns sujos de óleo. A Capitania dos Portos está investigando navios que passaram pela Região dos Lagos nos dias anteriores ao aparecimento da mancha de óleo no litoral, para identificar o responsável pelo vazamento do produto, que atingiu várias praias da região.
Muitas pessoas que encontram esses pingüins nas praias não sabem ao certo o que fazer, ou os tratam de maneira inadequada, colocando-os junto ao gelo ou em local com ar condicionado. O que é recomendado na verdade, é que comuniquem a situação ao corpo de bombeiros mais próximo, ou a Guarda Marítima e Ambiental, para que estes possam encaminhar os animais ao zoológico mais próximo (no caso, ao Zoológico de Niterói). Lá os pingüins receberão cuidados específicos, algumas vezes apenas um lugar apropriado para que descansem, cuidados com seus ferimentos, ou ainda um anti-tóxico geral, com despetrolização, água morna, óleo vegetal e detergente neutro (no caso de intoxicação por petróleo).
Há casos em que as pessoas ao entrarem em contato com esses órgãos, não são atendidas, pois estes informam que não possuem condições para efetuar o resgate naquele momento. Infelizmente muitas vezes isso se deve, na realidade, ao descaso por parte desses órgãos, que ao invés de estarem auxiliando a recuperação do meio ambiente e dos animais necessitados, estão na verdade, ajudando na destruição dos mesmos. Um pequeno exemplo disso são os guardas marítimos que percorrem as dunas com quadricículos, destruindo-as e causando assim um grande impacto ambiental.
(Por: Bárbara Muniz)